Ninguém esquece o primeiro amor! O primeiro amor é simplesmente para sempre, e nós desejamos sempre voltar atrás. Estou repleta de sentimentos por aquele em que já não confio, já não conheço. Aquele que eu conheci não é este rapaz que conheci agora, ele está diferente, eu estou diferente e olho para ele como tal. Como pode este estranho ser capaz de me influenciar desta maneira? Como posso estar tão vulnerável a esta pessoa? Qualquer conversa com ele parece nova, mas mesmo assim quero voltar ao passado. Não acredito neste poder que ele tem sobre mim, é hipnotizante e irresistível. Odeio isto! Eu sei que ele não é nenhum santo, até que discordo dele em muitos aspectos, mas não dá! Ele monopoliza o meu ser de uma forma gravitacional, sendo que ele é o meu centro de gravidade. Ele tem namorada! Sou masoquista? Como posso eu insistir nesta tecla que já está mais que gasta? Ele não me quer, só está a ser simpático, só está a querer ser meu amigo. Estou curiosa para ver como corre o primeiro contacto cara a cara. Vai ser estranho tenho a certeza, mas a estranheza tem alguma causa… Qual será!?
Este post já foi escrito há uns bons meses mas mesmo assim o que eu sinto continua inalterável. É ele o ser que eu mais temo, a pessoa que me parece maior ao pé de mim, é ele que me afecta com pequenas palavras que para mim significam o mundo. Este sentimento tem anos, tem vida própria que adormece por meses seguidos, mas acorda sem ponto de ignição aparente. Recordo-me das ultimas palavras trocadas face to face, e das inúmeras vezes que o olhar dele me atormentava e me afastava! Como podia eu olhar de frente para aquele olhar que me “topava” a cada segundo em que sentia a minha presença? Como podia eu olhar para ele como se não visse o apêndice que lhe seguia? Com esta estranheza toda eu agradeci quando o contacto diário já não existia, mas, verdade seja dita, ele continuou no meu pensamento. Admiti não ter a minha primeira escolha, admiti procurar a felicidade a um nível mais abaixo, num nível mais possível, mas cheguei a conclusão que era uma felicidade limitada. Mais uma vez a voz dele soa aos meus ouvidos, mais uma vez me aquece e me deixa com um sorriso parvo na cara! Porém tenho um escudo protector que não me deixa falar montes de coisas, nem me permite ouvir outras sob pena de serem mal interpretadas. É esse, actualmente, o meu maior medo: deixar-me levar com um significado que atribua a determinada palavra que ele não lhe deu de facto.
As nossas conversas duram horas, somos capazes de falar das maiores futilidade e mesmo assim rir com isso. Estas conversas fazem me feliz, fazem-me querer mais e querer lutar por mais! Questiono-me se será possível? Se estou à altura dele desta vez, se consigo recuperá-lo e se ele me aceita de volta. Sou uma pessoa diferente, ele também é uma pessoa diferente mas continuo apaixonada pelos traços que são imutáveis. A pessoa que eu uma vez conheci contínua lá, continua bem vincada em todas as coisas que ele diz e principalmente na maneira que ele me faz sentir. Há coisas que nunca mudam, quando se trata desta assombração que ele significa para mim, não se alteram nunca.
Nos meus tempos em que o sentimento ficava adormecido eu continuava com a minha vidinha, sorria e praticava um teatro diário para me manter em pé. Ele não tem a noção do efeito que tem em mim, ele não sabe o que significou desistir dele, ele não conhece a verdadeira profundidade dos meus sentimentos. Estou com uma curiosidade mórbida para estar perto dele, para ver o que sinto, o que ele sente, interpretar o olhar dele que dizia tanto, para sentir as minhas palpitações quando se aproxima e um arrepio cada vez que me toca. Quero ver de perto, quero ter essa oportunidade e, acima de tudo, quero tentar a minha sorte! Amigos que me são chegados conferem significado às palavras que ele diz, e dizem-me para ter cuidado porque sou capaz de vir a sofrer mais uma vez, mas eu não quero saber, eu quero ter mais uma oportunidade acabe ela como acabar, não me interessa se saio mutilada mais uma vez porque sentir algo é melhor do que não sentir nada de todo.
O primeiro amor é, sem dúvida, o único que fica, que moi e remoi, o único que volta inesperadamente, o irracional que nos leva a cometer as maiores loucuras, o que aparente ser hot and cold, o misto entre ódio e amor, que nos concede as maiores in/felicidades: é aquele que nos torna capazes de qualquer coisa, aquele que tem uma força brutal contra nós! O primeiro amor não acaba, apenas fica adormecido nos recantes do nosso inconsciente e revela-se de tempos em tempos. O primeiro amor é capaz de sobreviver no tempo e há distância, é o que tem a capacidades de nos fazer tremer quando o contacto é retomado. O primeiro amor é estúpido e irracional, o único que nos corrói por dentro!