segunda-feira, 3 de outubro de 2011

24.09.2011

É fácil confiar, é fácil acreditar e ver apenas o que queremos, o problema põe-se quando isso é traído de alguma forma. Damo-nos facilmente e deixamos que nos magoem vezes de mais. Não me lembro de me terem, alguma vez, magoado assim tanto, mas a verdade é que a confiança é uma coisa que não tenho nos outros. Acho que podemos confiar apenas até a um certo ponto, e a confiança plena só temos com nós próprios de facto. 
Não sou fácil de conhecer, mas envolvo-me com bastante facilidade - a explicação que tenho para isto é o facto de eu não confiar. Não confio em ninguém que eu não tenha o poder de manipular de alguma forma, ou seja, alguém que confie em mim de volta.
Somos pessoas, somos falíveis inevitavelmente, erramos porque nos é natural tal característica. Claro que a máxima que sigo neste aspecto não seja tão levada ao limite visto que há situações desculpáveis, porém, a mentira não o é, aliás, é inadmissível quando se trata de confiar em alguém. A honestidade é sempre preferível, o sofrimento que venha da difusão de uma verdade dolorosa é sempre melhor do que a dor causada pela desilusão da ocultação de algo. Há coisas que todo o ser humano pode aprender a aceitar, quase todas as coisas para dizer a verdade, mesmo que seja uma coisa impossível... É pena que hajam pessoas que usem e abusem da mentira para criar confiança. Imagino como estas pessoas se devem sentir: corrompidas, fechadas sobre si próprias e isoladas por terem segredos guardados! Não é saudável guardar essas coisas para nós apenas. Eu não sei ter grandes segredos, não suporto tê-los! não sei mentir, e fico nervosa só de tentar. prefiro ser honesta e envergonhar-me por sê-lo do que calar-me e corroer-me inevitavelmente com uma coisa que apenas eu posso saber. Há segredos e segredos, também é verdade, mas de qualquer forma há coisas que são de tal magnitude que não se podem esconder, pois a sua ocultação trará consequências para o ocultador impossíveis de tratar pelos que lhe são próximos. Claro que esta afirmação só faz sentido para pessoas que tenham uma consciência ou que não sofram de psicopatia e outros distúrbios de personalidade.
A vida apresenta-nos razões mais que muitas para não confiar, mas confiamos na mesma, somo ingénuos e caímos vezes sem conta nas mesmas armadilhas! Não me admito confiar, nem manter grandes segredos porque são bolas de neve nas quais não quero ser apanhada.
Outro belo truque é minimizar a capacidade dos outros de nos afectarem, isto é, "chamar as coisas pelos nomes e não com paninhos quentes". Temos de ser frios o suficiente para ver as coisas como elas são, sem lhes atribuir nenhum valor emocional ou moral. Só assim, e assumindo as nossas convicções, é que andamos para a frente e ultrapassamos pequenos inconvenientes ou mesmo arrependimentos que tenhamos!

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