sábado, 23 de julho de 2011

23.07.2011

Eu minimizo, minimizo tudo para tornar a dor, qualquer que seja ela, imperceptível aos que me rodeiam! Sofro em silêncio! Não me acho no direito de sentir variadíssimas coisas, de tal forma que as escondo no local mais profundo da minha mente e desabafo no escuro da noite. Há lágrimas que caem e não sei bem porquê! Há dores que doem mesmo quando sorrio, quando faço a minha vida normal como se nada tivesse acontecido. Há dores que silencio porque acredito que expressá-las apenas significaria humilhação. Há palavras que penso vezes e vezes sem conta sem nunca as verbalizar. Há dias que parece que não dói nada, há outros que trazem toda a dor ao de cima sem perdão. Há dores que chegam ao ridículo de me deixar sem saber o que fazer: rir ou chorar. Há dores que doem só por doer, que corroem tudo até poderem. Há dores que se pegam, que se infiltram, que se propagam. Há dores que doem mesmo sem doer de facto. Há dores que magoam e outras que doem a sério! O silêncio doloroso que me completa nos momentos da solidão acaba por se fazer ouvir quando alguém mais atento vê a dor no olhar, na palavra trémula, no sorriso forçado, no “qualquer coisa” em mim que provoca preocupação. Há pessoas, poucas pessoas, que são capazes de ver além da máscara, que conseguem extorquir essa dor irracional de dentro de mim. Essas pessoas, essas poucas pessoas, pouquíssimas pessoas mesmo, são as únicas que compreendem além das minhas palavras, percebem os meus silêncios, e, acima de tudo, destroem essa dor silenciada. Já disse antes e volto a dizer: Tenho um exército pessoal de amigos. É um exército pequenino, especial e único, capaz de coisas magníficas! Este exército é composto por duas pessoas especiais, as mais especiais de todas, as mais importantes, as mais verdadeiras, as mais sinceras: Patrícia e Sara. Sem elas eu não era mais do que mais uma pessoa a deambular na vida, barafustando com tudo e todos só por não arranjar explicações plausíveis para as coisas, para os porquês da vida enfim! Elas dão o sentido às minhas questões existenciais e às minhas dores que, na minha cabeça pouco orgulhosa, são completamente irracionais.

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